Quando gostamos muito de uma pessoa sentimos a sua morte
como uma perda tremenda, uma sensação de injustiça, uma raiva contra o destino,
um não querer aceitar o que não pode ser mudado. Por fim, resignamo-nos à dor
da perda do nosso ente querido. Passados uns dias instala-se em nós uma grande
saudade que penso que se vai atenuando ao longo dos anos. Porém, jamais
sessará.
O meu tio tinha 75 anos e nos dias de hoje uma pessoa com
essa idade, ainda tem muito para viver.
Sempre foi um gentleman, bem-parecido, simpático,
bem-falante e amável.
Sempre foi um excelente
marido e um pai extremoso. Teve sorte com a mulher que escolheu para
partilhar a sua vida: a minha tia Alice, uma grande senhora! Assim como as suas
duas filhas: a mais velha, a Anabela, uma miúda independente e dedicada aos
pais, foi incansável na dedicação que teve com o pai desde que ele adoeceu. A
mais nova a Elizabete, também muito dedicada aos pais, apesar de ter também a
sua família: marido e dois filhos, um menino e uma menina. O meu tio adorava os
seus netos!
Em casa dos meus avós eram ao todo cinco, os filhos que os
meus avós tinham. A mais velha era a minha mãe e casou-se cedo. Eu já deveria
ter uns 5 anos e lembro-me muito bem dos meus tios solteiros em casa dos meus
avós: os meus dois tios, José Mário e Selénio e as minhas duas tias, Maria
Júlia e Lídia. Dos 5 só restam 2 a mais velha: Dulcina, a minha querida mãe e a
mais nova, minha tia lídia. Os outros já lá estão… Todos relativamente novos,
levados por esse flagelo dos tempos actuais: o câncer!
Lembro-me muito bem do meu tio Selénio em solteiro, em casa
dos meus avós. Aí ele era um privilegiado, as manas adoravam-no e o irmão mais
velho, também.
Penso que teve uma infância e uma juventude muito feliz.
Tocou guitarra eléctrica numa banda em que abrilhantavam bailes e festas e
jogou futebol no Amora futebol clube. O serviço militar é que o tramou!
A minha avó gostava de
todos os seus filhos, mas quando o seu filho Selénio foi mobilizado para a
guerra e partiu para Angola, ia morrendo com medo que lhe acontecesse algo.
Rezava dia e de noite e resultou, ele voltou são e salvo quando
terminou a sua comissão militar, para a alegria de toda a família.
Também profissionalmente era um homem de sucesso,
respeitado e admirado por todos na EDP.
O meu tio era aquela pessoa que eu, desde criança até aos
dias de hoje, sentia e sinto um grande orgulho, quando ouvia alguém falar no
nome dele, dizia logo: Esse senhor é meu tio!
Un precioso texto!
ResponderEliminarEn este día tan especial paso a desearte un hermoso domingo de Pascua y un comienzo de semana repleto de alegría.
Muchos cariños!
Bajo la Lupa
Muito obrigado Gigliola, também te desejo um feliz tempo pascal e uma excelente semana que agora começa, repleta de de grandes sucessos. Um abraço.
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