Pôr do Sol no Alentejo

Pôr do Sol no Alentejo

Seguidores

sábado, 4 de abril de 2015

Já passaram alguns dias desde que o meu tio partiu…
Quando gostamos muito de uma pessoa sentimos a sua morte como uma perda tremenda, uma sensação de injustiça, uma raiva contra o destino, um não querer aceitar o que não pode ser mudado. Por fim, resignamo-nos à dor da perda do nosso ente querido. Passados uns dias instala-se em nós uma grande saudade que penso que se vai atenuando ao longo dos anos. Porém, jamais sessará.
O meu tio tinha 75 anos e nos dias de hoje uma pessoa com essa idade, ainda tem muito para viver.
Sempre foi um gentleman, bem-parecido, simpático, bem-falante e amável.
 Quando era solteiro as mulheres não o largavam e em casado também não!
 Sempre foi um excelente marido e um pai extremoso. Teve sorte com a mulher que escolheu para partilhar a sua vida: a minha tia Alice, uma grande senhora! Assim como as suas duas filhas: a mais velha, a Anabela, uma miúda independente e dedicada aos pais, foi incansável na dedicação que teve com o pai desde que ele adoeceu. A mais nova a Elizabete, também muito dedicada aos pais, apesar de ter também a sua família: marido e dois filhos, um menino e uma menina. O meu tio adorava os seus netos!
Em casa dos meus avós eram ao todo cinco, os filhos que os meus avós tinham. A mais velha era a minha mãe e casou-se cedo. Eu já deveria ter uns 5 anos e lembro-me muito bem dos meus tios solteiros em casa dos meus avós: os meus dois tios, José Mário e Selénio e as minhas duas tias, Maria Júlia e Lídia. Dos 5 só restam 2 a mais velha: Dulcina, a minha querida mãe e a mais nova, minha tia lídia. Os outros já lá estão… Todos relativamente novos, levados por esse flagelo dos tempos actuais: o câncer!
Lembro-me muito bem do meu tio Selénio em solteiro, em casa dos meus avós. Aí ele era um privilegiado, as manas adoravam-no e o irmão mais velho, também.
Penso que teve uma infância e uma juventude muito feliz. Tocou guitarra eléctrica numa banda em que abrilhantavam bailes e festas e jogou futebol no Amora futebol clube. O serviço militar é que o tramou!
 A minha avó gostava de todos os seus filhos, mas quando o seu filho Selénio foi mobilizado para a guerra e partiu para Angola, ia morrendo com medo que lhe acontecesse algo. Rezava dia e de noite e  resultou, ele voltou são e salvo quando terminou a sua comissão militar, para a alegria de toda a família.
Também profissionalmente era um homem de sucesso, respeitado e admirado por todos na EDP.

O meu tio era aquela pessoa que eu, desde criança até aos dias de hoje, sentia e sinto um grande orgulho, quando ouvia alguém falar no nome dele, dizia logo: Esse senhor é meu tio! 

2 comentários:

  1. Un precioso texto!

    En este día tan especial paso a desearte un hermoso domingo de Pascua y un comienzo de semana repleto de alegría.
    Muchos cariños!

    Bajo la Lupa

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigado Gigliola, também te desejo um feliz tempo pascal e uma excelente semana que agora começa, repleta de de grandes sucessos. Um abraço.

      Eliminar

Acerca de mim

A minha foto
Seixal, Setúbal, Portugal