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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Índia terra de contrastes ( 6ª e ultima parte )






O Budismo




O Budismo é outra grade religião que nasceu no norte da Índia, de onde se espalhou por muitos países da Ásia. O Budismo pretende nada menos que ajudar os seres a encontrar o caminho para a Iluminação e dessa forma erradicar o sofrimento e o conflito.
“Buda” significa “o iluminado” – aquele que se desperta a ele próprio e propicia o despertar dos outros. O Budismo também se assume como uma doutrina moral, considerando a bondade e a compaixão qualidades essenciais à Iluminação. A primeira qualidade leva à paz, e a segunda combate a miséria.
O Buda (Siddharta Gautama – o Buda primordial) pregou durante 49 anos. Os seus sermões foram depois reunidos no Tripitaka (os três cestos de flores). È o conjunto da doutrina budista. Cada um dos cestos refere-se a uma parte do pensamento e prática do Budismo.

A Índia Muçulmana


Os muçulmanos contribuíram de forma importante para a cultura indiana. Os Mughal, por exemplo, dinastia que reinou no norte da Índia por mais de 200 anos, foram responsáveis por importantes obras arquitectónicas, como o Taj Mahal, Forte de Agra, Red Forte, em Delhi, Jama Jasmid, a cidade de Fatephur Sikri, entre outras.
Essa contribuição, no entanto, foi longe de ser pacífica. Conflitos entre muçulmanos e hindus ocorrem ainda nos dias de hoje. A partição (momento em que independência foi declarada e foram criados Índia e Paquistão) teve como base conflitos territoriais e religiosos, ocasionando milhares de mortes e o maior êxodo da história da humanidade.

Os Cristãos


O cristianismo é a terceira maior religião da Índia, com aproximadamente 24 milhões de seguidores, constituindo 2.3% de população da Índia.
Os portugueses foram dos primeiros povos a levarem o cristianismo, para a Índia, e a difundi-lo pelas zonas que administravam. Hoje em dia existe uma panóplia de grupos cristãos que se expandem por toda a Índia.
Não é muito pacífica a expansão do Cristianismo na Índia. Por vezes, dão-se graves incidentes. Os novos crentes vêm do hinduísmo, e claro, as hierarquias do hinduísmo não gostam de perder fies. Mas a realidade é que o cristianismo e o islamismo são uma tábua de salvação para milhares de intocáveis. Aceitando uma nova religião que os respeita como seres humanos, ganham um novo alento para as suas vidas, em vez de se resignarem à sua condição de seres inferiores (párias) esperando um próximo renascimento numa condição mais favorável.
Aceitando uma nova religião, tornam-se conscientes dos seus direitos, tornam-se mais reivindicativos e consideram-se iguais, de pleno direito aos outros indianos.

O Sikhismo


Por volta do século XV o Islão dominava totalmente o norte da Índia e era muito intolerante, não admitindo a existência daqueles que não acreditavam na sua religião. Os hindus viveram nesse período em condições desumanas, sendo reprimidos e até massacrados. Os hindus, eram humilhados no seu próprio país, proibidos de construir seus templos e até velar os seus mortos. Nesse contexto surgiu o Guru Nanak, que mostrou que ambas as religiões estavam se distanciando dos princípios de Deus, de paz e amor na humanidade e deu início a uma nova religião: o Sikhismo, uma religião baseada nos valores universais: amor, liberdade, dignidade, tolerância, harmonia, amizade, realização pessoal, auto confiança, serviço, caridade e sacrifício.
Para um Sikh, criar riqueza não é mau, se for em benefício da sociedade e não apenas para si próprio. È uma fé baseada na realização de Deus dentro de cada um neste mundo e não depois da morte.



Filosofia


Três conceitos fundamentam o pensamento filosófico indiano: o Eu, (alma) as Acções (karma), e a Libertação. Quase todas as filosofias indianas lidam com esses três conceitos. As principais filosofias são: o Yoga que nasceu no seio do Hinduísmo; o Budismo, que é uma religião e uma filosofia de vida; o Tantra, que é uma mistura de conceitos Hinduístas e Budistas, o Jainismo, uma filosofia que tem algum paralelismo com o budismo. Mas existem outras.

Música e Dança


Existem diversos estilos musicais na Índia desde a música clássica indiana até às músicas pop dos filmes musicais. Mas é a música clássica indiana que mais chama a atenção por ser diferente. A música da Índia é essencialmente improvisada, de carácter descritivo e emotivo, baseia-se em quadros rígidos, complexos e constantes, que constituem o único elemento transmissível. Deriva de vários sistemas pertencentes a grupos étnicos e linguísticos distintos. A música indiana, não tendo notação gráfica, consiste num sistema de ragas (Base de criação musical com 5, 6 ou 7 notas relacionadas com as estações do ano, horas do dia, emoções, castas, etc.) que são memorizadas pelos executantes e que servem de base para as improvisações.
Através dos séculos as danças têm sido utilizadas como veículo de culto e de expressão das emoções na Índia.


A dança clássica indiana é inspirada pelas cenas de pinturas e esculturas de textos sagrados, daí os movimentos estilizados e curiosos, que contam por si só uma história. Curiosamente, tal estilo sofreu poucas modificações com o passar do tempo.

Arquitectura


Na arquitectura histórica destacam-se os templos. Chamam a atenção pela beleza dos detalhes e a riqueza das decorações. O Taj Mahal, situado na cidade de Agra, é uma das obras de arquitectura mais conhecidas deste país. Com influência islâmica, este mausoléu é considerado pela Unesco como um Património da Humanidade.
Uma das mais duradouras conquistas da civilização indiana é, sem dúvida, a sua arquitectura, que se estende para muito mais do que o Taj Mahal ou os complexos de templos de Khajurahoe Vijayanagara.

Literatura


Na Índia apareceram as primeiras manifestações literárias escritas em língua sânscrita por volta do ano 2500 a.C. Neste período escrevem-se os Vedas: textos religioso / filosóficos, que foram agrupados em três blocos: as Samhita, os Brahmana e os Sutra.
Depois do período pós-védico, a literatura na Índia oferece-nos dois extraordinários poemas épicos: Mahabharata e Ramaiana - que, depois de várias remodelações, adquiriram sua forma definitiva no século II d.C.
As fábulas indianas especialmente o Panchatantra e o Hitopadeza, foram levados pelos persas primeiro para a Grécia clássica e depois espalharam-se por toda a Europa. Os cantos indianos foram trazidos para a Europa medieval através dos mouros quando estes dominavam a Península Ibérica.


Na literatura indiana contemporânea, destacam-se: Rabindranath Tagore (1861-1941, prémio Nobel de 1913), autor de uma prosa lírica extraordinariamente boa, e o romancista Salman Rushdie, cuja obra ‘Filhos da Meia Noite’, em inglês, é considerada um dos melhores romances contemporâneos.

Cinema


A Índia tem uma grande indústria cinematográfica. É, em termos numéricos, a maior produtora do mundo. O número de filmes feitos na Índia é superior ao de qualquer outro país. Essa é uma paixão dos indianos. Os cinemas estão sempre lotados os indianos adoram os seus artistas.


Quase todo o cinema indiano é focado nos assuntos locais, tudo tem a cara da Índia, sem invasões culturais, preservando a identidade do país.
Actualmente o cinema indiano, é uma das maiores indústrias do mundo da sétima arte.
O filme Quem quer ser um milionário?, vencedor de oito Óscares, é um filme britânico, mas filmado na Índia e com elenco indiano.

Os filmes indianos geralmente incluem muitas cenas de música e dança. Estas músicas costumam expressar emoções e paixões, que variam entre o amor, tragédia, triunfo e celebração. Nos filmes indianos costumam usar-se cantores de playback, ou sejam artistas que cantam as músicas, e os actores apenas sincronizam os seus movimentos labiais com a voz do cantor. As melodias de um filme indiano determinam em boa parte o sucesso comercial do mesmo.
Os filmes têm geralmente entre duas a três horas de duração, com intervalo. Os temas variam entre romance, comédia, acção e suspense.
Através do cinema indiano o mundo pode conhecer aspectos da vida e do dia-a-dia da Índia.
Uma das cerimónias mais marcantes é o casamento. O casamento hindu consiste numa série de formalidades altamente simbólicos que visa consagrar a união entre os noivos.


Fazem parte desse ritual unir as mãos, colocar a grinalda de flores no amado, tocar o coração, entre outros. Outros rituais têm como objectivo invocar felicidade e a paz.
A Índia também é uma fonte de inspiração para o cinema de todo o mundo. O último filme de Julia Roberts: “Comer, Rezar, Amar”, em que uma parte do filme é passado na Índia mostra-nos uma cena dum casamento indiano.
 Outro ritual muito particular Índia, que praticamente só são possíveis de presenciar através das filmagens efectuadas, são as cremações.


Situada nas margens do rio Ganges, a cidade de Varanasi é considerada por muitos fiéis a cidade mais sagrada do hinduísmo.

O principal santuário da cidade é o Templo de Vishvanatha, com cerca de mil anos, dedicado ao deus Shiva. A estrutura actual foi construída em 1777 e foi revestida com cerca de 750 kg de ouro.
Os locais sagrados mais importantes são, no entanto, os cais dedicados à cremação. Cidade com inúmeros cais, em forma de escadaria que acompanham toda a descida do rio.
Embora existam cerca de 700 templos em Varanasi, nenhum é tão importante como o próprio Ganges.
Local onde se concentram inúmeros mosteiros, a cidade está repleta de homens que vivem em comunidade, rejeitando todas as riquezas e procurando a iluminação.
No centro da cidade ergue-se o complexo crematório mais procurado do globo. Milhares de corpos são cremados junto às margens do rio em cada ano.
O culto ritual destas cremações encontra-se num fogo sagrado mantido aceso há milénios, e entregue a uma família, os Devi, que tem como única obrigação a conservação dessa chama que é usada para atear todas as piras funerárias nas margens do Ganges.
A procura da morte em Varanasi é, assim, o grande motor da cidade.


Em torno da cidade existem as chamadas casas da entrega onde centenas de moribundos esperam a morte junto da cidade sagrada, ansiando pela cremação com esse fogo guardado de geração em geração.
Em confronto com as regras de civilização levou as autoridades a tentar o encerramento dos crematórios existentes no centro da cidade, e a leva-los para outro local. Mas não conseguiram tal intento e os que se opunham justificaram que a cidade que existe devido aos crematórios, e não o contrário.


O banho nas águas do Ganges é um momento sagrado, e milhares e milhares de praticantes fazem-no durante os eclipses lunares. Pela manhã e ao pôr-do-sol, realizam-se banhos rituais que purificam os indivíduos. As preces diárias, são entoadas para o próprio rio, oferecendo-se lamparinas a óleo.

Ciência e tecnologia


O conceito do Zero nasceu na Índia. A primeira Universidade, com o significado actual da palavra, existiu em Nalanda, no estado de Bihar, nos tempos ancestrais. A maior parte dos fundamentos da matemática do modo como entendemos hoje em dia deve-se à Índia, pois todo o sistema de numeração é indiano. Os árabes aprenderam-no na Índia e difundiram os algarismos que usamos hoje. A fórmula de Bhaskara que foi criada na Índia, é usada para resolver todas as equações de segundo grau.
As grandes contribuições da Índia para o mundo, nas áreas das filosofias e das matemáticas entre outras, não pararam. Hoje em dia a Índia na área da informática está na vanguarda, sendo o maior produtor de software do mundo.
O aparecimento da Índia como um novo e importante agente global vem prendendo as atenções do mundo, graças às elevadas taxas de crescimento próximas da casa dos 8% só superada apenas pela China.
Os grandes projectos de investigação espalhados pelo mundo contam com profissionais indianos em cargos importantes. No campo da pesquisa espacial, o telescópio Chandra, da NASA, tem o nome do físico indiano que o concebeu e é superior em tecnologia ao Hubble. Outra área importante é a biotecnologia, campo que a Índia domina sobre muitos países.




Com este trabalho tive a oportunidade de poder investigar acerca de um grande país, que pessoalmente tinha uma grade simpatia por ser apreciador das suas filosofias, mas que não tinha grande noção da sua cultura.
Através de pesquisas efectuadas na Grande Enciclopédia Lello Universal, Lexicoteca, e sobretudo na Internet, fiquei a conhecer aspectos muito importantes da sua história, da sua literatura, da sua música tanto clássica como folclórica, da sua riquíssima arquitectura e sobretudo da religião que é um dos aspectos mais importantes da cultura indiana.
Há muitos anos que sou um apreciador das filosofias Indianas. Quase todas são inspiradas no Hinduísmo, foram e continuam a ser uma fonte de inspiração para o mundo, são complexas e difíceis de descrever, foquei apenas alguns conceitos comuns a quase todas.
Tive também a oportunidade de poder investigar acerca do grande fenómeno que é o cinema Indiano. A Índia actualmente é o maior produtor de filmes do mundo. Gostaria de salientar o facto, de ser através do cinema, que a Índia mostra ao mundo alguns dos aspectos da sua cultura.
Constatei do grande esforço de desenvolvimento, que é feito pela Índia e das políticas que os seus governantes têm tentado para que este grande país possa sair do subdesenvolvimento através de políticas de desenvolvimento sustentado.
Fiquei também a saber do grande impulso que a Índia teve nas áreas das tecnologias, estando hoje na vanguarda nessa área do desenvolvimento, preparando-se para num futuro muito próximo, para surgir, como uma nova potencia económica a nível mundial.


A Índia é um verdadeiro país de contrastes, extenso e populoso, com pessoas fabulosamente ricas e outras desesperadamente pobres, onde o antigo e o moderno se combinam, onde o luxo e a pobreza, convivem, onde a beleza e a degradação se mostram. Com gente ignorante e outras extremamente sábias, onde hindus, muçulmanos e tantas outras religiões se vão tolerando; onde uma grande diversidade humana, caminha lado a lado. O povo indiano humildemente, sem grandes aparatos segue o seu caminho, resignado com o seu Karma. Aguardando dias melhores. Talvez… Numa próxima reencarnação. Fim.

                             

                                                                       




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