Pôr do Sol no Alentejo

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

A televisão ao jantar e não só!


Há alguns anos atrás, em minha casa, recebi a visita de uns primos que já não via há alguns anos. Enquanto estivemos á espera do jantar estivemos a conversar animadamente. Fomos jantar e continuamos a conversar, entretanto, eu ou a minha mulher, um de nós lembrou-se de ligar a televisão.
A partir dessa altura acabou-se o convívio, calamo-nos e ficamos vidrados, no que a televisão transmitia. Cada vez que iniciávamos uma conversa sobre qualquer assunto, a conversa ficava a meio, porque a nossa atenção inevitavelmente ia para o que estava a dar na televisão. Todo o serão decorreu dessa maneira. Quando os meus primos se foram embora, comentei com a minha mulher essa situação, e combinamos a partir daí nunca mais ligarmos a televisão quando tivéssemos visitas. Claro às vezes quando é conveniente, isto é, quando temos visitas em que não há assuntos para falar, ou quando a conversa não nos interessa, nós ligamos a televisão, sempre vai servindo para comentar um ou outro assunto que esteja a ser transmitido pela televisão.
A televisão é um meio de comunicação maravilhoso. Com a televisão nós podemos viajar por todo o mundo, conhecer a vida animal, podemos ver filmes, saber o que se passa pelo mundo, podemos estar a par dos produtos que aparecem no mercado, através da publicidade, e tantas outras coisas que nós podemos usufruir através da televisão. Quando temos pessoas idosas em nossa casa sabemos bem, como seria aborrecida e monótona vida delas sem televisão. Ou quando temos crianças em casa, a televisão com os seus programas próprios para crianças, consegue mantê-las sossegadas enquanto vêem a televisão. Graças a Deus existe a televisão, o Mundo, sem televisão seria muito mais aborrecido e muito mais ignorante sem esse objecto maravilhoso que se chama televisão.
Tem Magia a Televisão. Sempre gostei muito de televisão e continuo a gostar. Como já o disse numa outra abordagem. Através dos vários canais que a televisão transmite, nós de acordo com os nossos gostos, podemos escolher vários tipos de programas. Claro para quem tem televisão por cabo, porque quem a não tem, aí a escolha já é infinitamente menor. Se na realidade a minha ideia em relação à televisão, de uma forma global é positiva, no entanto também há alguns aspectos que eu considero muito negativos.
Com mais de quarenta anos a separar-nos e, dentro de uma realidade totalmente diferente, não deixo de concordar em alguns pontos, com Fernando Namora, quando ele dizia que a televisão era uma arma terrível de contágio para proceder a uma lavagem dos cérebros com o único objectivo de embrutecer as gentes.
Fazendo essa afirmação dentro de um contexto, em que comparava a televisão de países como a França, a Itália e a Suíça. Países esses, que ele considerava serem os únicos em que se respeitava de algum modo o espectador. É evidente que estas afirmações foram feitas em 1966, altura em que o antigo regime usava e abusava da televisão, como meio de propaganda política. Fernando Namora sabia-o muito bem, e mão teve nenhum pejo em afirmar que, a televisão que ia para o ar nessa altura, no nosso país, era um incitamento à estupidez e à mediocridade. Apesar da distancia dos anos, continua actual o que dizia Fernando Namora. Só que agora o incitamento à estupidez e à mediocridade, não é com intuitos políticos mas sim com objectivos comerciais.
Quem tem apenas os canais livres de televisão, assiste a um despique constante pelos níveis de audiência, em que tudo é possível desde que atraia público telespectador.
Um dos aspectos que considero negativos na televisão, é precisamente o da lavagem ao cérebro que alguns espectadores mais incautos podem ser vítimas ao absorverem tudo o que a televisão transmite.
Para mim, é muito necessário a abordagem deste tema para que as pessoas aprendam que a televisão é excelente como componente cultural, como diversão, ou como companhia.
Nós somos senhores do nosso pensamento, das nossas ideias, sejam elas boas ou más, são as nossas ideias, é o nosso pensamento. Quando um jornalista, um economista, ou qualquer comunicador, aborda um assunto, será um prazer ouvi-lo, e analisar até que ponto nós concordamos ou não com as suas opiniões. Mas, na realidade há sempre o perigo de sermos influenciados pelos raciocínios alheios. E quanto mais distraídos estivermos para essa problemática, mais susceptíveis estaremos de sermos influenciados.
Por vezes dou por mim a pensar em certas coisas como por exemplo: nesta crise mundial em que o mundo está mergulhado. Pergunto-me como é possível que a falência dum banco Americano, por maior que ele seja, possa provocar uma crise mundial? Não houve nenhuma guerra mundial, nem nenhuma catástrofe! Então porquê esta crise mundial? Só pode ser, quanto a mim, porque vivemos na era da informação. A ânsia de informar é tanta e é tudo tão exageradamente debatido, que provoca o pânico nas pessoas, que reagem contraindo-se nos seu gastos. Não havendo consumo as fábricas não vendem, começam a não ter dinheiro para honrar os ses compromissos, então começam a despedir trabalhadores. Essas mesmas fabricas como não vendem também não compram as matéria primas que habitualmente compravam, provocando a falência de outras fábricas, e assim sucessivamente a crise mundial foi-se instalando. Estou perfeitamente convencido que esta crise mundial deve-se aos meios de informação e muito principalmente à televisão.
Também o nosso país sofre terrivelmente em muito devido aos espectáculos televisivos, hoje em dia há o culto do pessimismo, só se ouve dizer mal, dizer mal actualmente no nosso país é a grande moda. Por isso, não é para admirar, que quando se fazem as habituais estatísticas na União Europeia, Portugal apareça como o país mais pessimista da união. Havendo contudo outros países com situações piores que Portugal, sem que os seus povos sejam tão pessimistas. Um dia essa maneira de pensar, há-de acabar, outra moda virá, esperemos que seja mais optimista. Nós sabemos que tudo tem que ser rentável, inclusive a televisão. É normal que haja espectáculo, até mesmo nos noticiários, nós é que temos de saber separar o trigo do joio e, é tão fácil, basta apenas mudar de canal, ou então se nada nos interessar, desligar simplesmente. E se não tivermos nada que fazer, decerto, que haverá sempre um livrinho que espera por nós.

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