O Paradigma Conservador
O paradigma conservador ou pluralista caracteriza-se pela existência de grande quantidade de meios de informação, com múltiplos opiniões e que concorrem entre si no mercado da informação.
Há a tendência dos mais ricos e maiores, comprarem os mais pequenos, formando desse modo, grandes empresas.
Com essa concentração de meios, criam um desequilíbrio, acabando por dominarem o mercado. Apesar disso e de compreenderem bem a situação.
São de opinião que: mesmo que a posse, dos meios de informação esteja concentrada, e dessa maneira, a sua mensagem possa ser deturpada a favor dos seus interesses, não deixa de ser uma forma de estar no mercado, onde é possível aos outros também poderem estar. E que, os outros, apesar de não serem tão poderosos e, sem poderem chegar ao mesmo nível de audiências, têm contudo, sempre alguns meios de o fazerem.
O Paradigma Liberal
O paradigma liberal caracteriza-se como a forma, em que aos mass media são usados, como instrumento de propaganda da classe dominante. Tendo em vista a sua continuação e a perpetuação do seu poder.
Sendo os órgãos de informação propriedade de um pequeno grupo dentro das esferas do poder. Usam os media como forma de controlar e instruir à sua maneira, a opinião pública.
Esta forma de democracia em que o controlo da opinião pública é feito de cima para baixo, é uma característica dos regimes militarizados.
Têm como oposição as esferas intelectuais que tentam desmascarar esta forma de democracia.
O paradigma Marxista
Para os marxistas a influencia dos mass media sobre as populações tem a ver com o grau de politização das pessoas.
Dizem os marxistas que quando existe uma tradição e cultura de classe trabalhadora, a propaganda da classe dominante ou do Estado, promovido pelos media tem um efeito muito fraco, porque as populações estão esclarecidas e sabem analisar as informações que recebem da comunicação social.
Dão exemplos de alguns países como os Estados Unidos, onde a população é altamente influenciada pelos media, por não terem nenhuma consciência de organização de classes ou de luta de classes.
No lado oposto exemplificam vários países da América do Sul, onde as organizações de classes, e a luta de classes é bem patente, como o recente caso da Venezuela onde, os mass media se opunham ao presidente Hugo Chaves, líder populista da Venezuela e que, apesar de ter a maioria dos media contra ele, ganhou sempre em todas as eleições, com largas maiorias.
As acções sociais, a favor das classes mais pobres, que são a maioria da população, trouxe uma consciência de classe e, uma mobilização de massas que era impossível ser corrompida, pelas ideias conservadoras dos media.
Os paradigmas da informação em Portugal
A situação portuguesa, em meu entender, corresponde ao paradigma conservador.
Embora considere, que não haja grande concentração dos media, em Portugal, há contudo, alguns grupos concentrados, que concorrem entre si, e que ditam a informação de acordo com os seus critérios, mas creio que a tendência é para uma maior concentração.
Acho que uma parte muito importante da população portuguesa, não se deixa levar facilmente, por qualquer propaganda dos media. Têm as sua convicções e opiniões sobre determinado assunto e não há nada que as demova.
Fazendo fé nos especialista ou cientistas sociais, que fazem a análise, quanto ao poder e relação dos mass media com a opinião pública em paradigmas: Conservador, Liberal e Marxista, diria que em Portugal, há um paradigma conservador, com alguns resquícios de marxismo.
Ou então, levando em conta o nosso passado recente, com a revolução do 25 de Abril, em que ouve grande consciencialização das massas populares, dos direitos dos trabalhadores, com uma constituição progressista, talvez em Portugal, em relação aos media, existisse o paradigma marxista, mas que ao longo destes 36 anos tem vindo a extinguir-se.
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