Simão era vendedor de material eléctrico, vendia em toda a
zona sul do país mas, excepcionalmente há três meses, também fazia a zona
norte, desde que o seu colega que vendia na zona norte, deixara a empresa.
Na sexta-feira passada foi convocado para uma reunião no
escritório do patrão, para lhe ser apresentado o novo vendedor que iria fazer o
norte do país.
Simão gostou do seu
novo colega: Alexandre, com ele iria fazer mais uma viagem pelos clientes do
norte! Era necessário para apresentação do novo vendedor aos clientes.
Seguiram viagem na segunda-feira de manhã. Alexandre,
conduzia a carrinha e Simão ia falando um pouco de tudo: dos clientes, de
futebol, de mulheres, de anedotas e tudo o mais que lhe viesse à cabeça.
Alexandre ouvia e ria-se das piadas do colega! Não gostava
lá muito de anedotas mas… Também não percebia lá muito de futebol, era do
Sporting mas não sabia o nome de nenhum jogador do seu clube. De mulheres
estavam mais à vontade tinha muitas amigas.
Quando o outro se cansou de falar, ele começou a falara das
suas amigas da personalidade de cada uma delas, de como se vestiam e calçavam.
Falou das lojas onde ele costumava comprar as suas roupas. As cores que se
usavam este ano, da sua marca de perfume favorito, etc.
Simão ao princípio estava gostar de o ouvir mas, depois
começou a achar que Alexandre tinha um “piquinho à azedo” e foi evadido por pensamentos do género: Ora
porra! Logo me foi calhar um paneleirote e esta noite vai dormir no mesmo quarto
que eu! Vou mas é arranjar uma desculpa qualquer para ficar noutro quarto, não
vou dormir no mesmo quarto deste gajo…
Os pensamentos de Simão foram interrompidos quando Alexandre anunciou que tinham chegado a Leiria, onde iriam visitar o primeiro cliente.
A visita correu
lindamente, o cliente gostou de Alexandre e fez uma boa encomenda! Tinham
entrado com o pé direito. Simão ficou tão satisfeito que até se esqueceu dos
seus anteriores pensamentos.
Continuaram pelo
auto-estrada do norte, saindo nas localidades para visitarem os clientes.
Almoçaram em Coimbra e estavam ambos muito bem dispostos: estava tudo a correr
às mil maravilhas: estavam fartos de vender, Alexandre tinha muito jeito para
vendedor, o patrão tinha encontrado um bom vendedor. Quanto ao facto de ele ser
maricas, que se lixasse não era da conta dele. Estavam trabalhar aquela semana
juntos e depois cada um que se desenrascasse na sua zona!
O dia tinha sido espectacular em termos de vendas. Estavam
ambos muito cansados e passariam a noite em Oliveira de Azeméis, na já
conhecida e habitual Residencial Oliveirense. Enquanto tomava duche os
pensamentos de Simão voltaram-se novamente para os gostos sexuais do seu
colega.
Sempre achou que era de uma falta de gosto um homem gostar
de outro homem! Como era possível uma coisa dessas? As mulheres lindíssimas e
maravilhosas preenchem tudo o que um homem anseia, elas são o complemento do
homem. Pela ordem natural das coisas a mulher é a fêmea do homem e o homem o
macho da mulher! Mas, apesar de achar falta de gosto o facto de ser gay, ele,
sempre os respeitou e acha que cada um é como é e cada um sabe da sua vida.
Contudo, apesar destes pensamentos, sentia uma enorme
curiosidade e diga-se em abono da verdade alguma excitação!
Alexandre, em termos físicos fazia inveja a muitas
mulheres! Simão já tivera sexo anal com a sua mulher e gostara bastante! Ela, a
sua mulher é que não gostou nada! Nunca mais repetiram a experiencia…
Simão, não sabia bem ao certo o que queria, mas, queria
avançar queria ver o que ia dar! Mas, como abordar? Como começar? Saiu do duche
e limpou-se à toalha e depois decidiu entrar todo nu no quarto, para ver o
impacto que causava. Fazendo de conta que se esquecera da roupa interior entrou
no quarto nu. Alexandre, estava sentado num cadeirão existente no quarto.
Estava a falar animadamente ao telefone e quase que não olhou para Simão.
Simão enquanto vestia a roupa interior apercebeu-se que
Alexandre estava a falar com a namorada. Sentiu-se envergonhado por pensar que
o colega era maricas, ele, afinal tinha namorada!
Vestiu-se rapidamente e saiu, deixando Alexandre conversar
á vontade.
Enquanto caminhava pela cidade os seus pensamentos
martelavam-lhe na cabeça: como era possível ele ter pensamentos de sexo com
outro homem? É certo que o papel de macho era o dele! Mas, ter sexo com outro
homem, é de qualquer maneira um acto homossexual! Não queria pensar mais
naquilo era vergonhoso demais!
Aproximadamente uma hora depois Simão voltou para se ir
deitar e encontrou Alexandre já deitado na sua cama a ler.
- Liguei-te para ir ter contigo, mas, deixaste o telemóvel
aqui! O que é que aconteceu que desapareceste assim de repente - perguntou-lhe
Alexandre.
- Estavas a conversar com a tua namorada e eu fui dar um
passeio a pé - respondeu Simão.
-Não tenho namorada nenhuma! Estava a falar com uma amiga,
coisas banais sem importância - afirmou Alexandre.
- Pensei… Por isso me fui embora, desculpa –
Enquanto dialogavam Simão ia despindo a roupa que trazia
para vestir o pijama. Alexandre seguia-o com o olhar quando lhe disse:
- Não pude deixar de reparar no teu corpo, há cerca de uma
hora atrás, quando entraste no quarto nu e agora mesmo quando te despes! Tens um
corpão de tirar a respiração –
Quando ouviu estas palavras Simão sentiu um baque no
coração! Sorrindo agradeceu nervosamente. Mas, Alexandre continuou no mesmo tom
de quem quer algo.
- Além de um belo corpo de homem, também vi que não estás
nada mal servido! Tens um belo instrumento! Quanto é que ele mede? -
Simão pensou rápido: tinha que decidir, ou acabava já com a
brincadeira ou avançava!
Respondeu: - Não sei quanto mede, nunca o medi! Mas, se
quiseres podes medir e nem precisas de metro, podes medi-lo a palmo –
Não precisou de dizer mais nada. Os olhos de Alexandre
brilhavam de excitação, debruçando-se sobre o colega…
Os apelos da luxúria
tinham gritado mais alto que tudo:
religião, filosofia, ética ou moral…