Habita-me,
penetra-me.
Seja
teu sangue um como meu sangue.
Tua
boca entre em minha boca.
Teu
coração aumente o meu até estalar.
Desgarra-me.
Caias
inteira em minhas entranhas.
Andem
tuas mãos em minhas mãos.
Teus
pés caminhem em meus pés, teus pés.
Arde-me,
arde-me.
Cobre-me
com tua doçura.
Banha-me
tua saliva o paladar.
Estejas
em mim como está a madeira no palito.
Que
já não posso mais assim, com esta sede
queimando-me.
Com
esta sede queimando-me.
A
solidão, seus corvos, seus cães, seus pedaços.
Juan Gelman
1930/05/03 - 2014/01/14
Argentina
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