Pôr do Sol no Alentejo

Pôr do Sol no Alentejo

Seguidores

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Primeira vez




-Poucos dias há, que eu não me recorde da Fernanda.
Assim começou David a contar a história de como tinha começado a sua vida sexual!
- Até aos dezanove anos eu era um rapaz tímido, metido comigo mesmo, tinha alguns amigos e amigas e nunca tinha tido relações sexuais!
- Graças a ela a minha vida mudou completamente!
- Conhecia a Fernanda desde sempre, ela era amiga de infância da minha mãe, eram da mesma idade: tinham 42 anos e sempre frequentou a nossa casa.
Tudo começou quando Eduardo, marido da Fernanda, foi parar ao hospital. Ficou entalado debaixo de uma enorme chapa de aço nos estaleiros navais da Lisnave. Não morreu porque ficou de lado, mas ficou com o ombro direito esmagado e a perna direita com fracturas múltiplas.
Foi dramático o dia do acidente! Eu, meus pais e a Fernanda estávamos ansiosos nas urgências do hospital de Santa Maria. Esperávamos por notícias que tardavam da intervenção cirúrgica que Eduardo estava a ser submetido.
Ao fim de algumas horas de espera veio o médico falar connosco: O estado de  Eduardo estava estacionário! Ficaria internado até estar livre de perigo.
Deixamos o hospital e fomos jantar a um restaurante. Durante o jantar Fernanda, muito chorosa, dizia que nunca ficou sozinha e que não ia conseguir ficar sozinha em casa. Então a minha mãe convidou-a para dormir lá em casa.
Eu fui para o sofá e a Fernanda dormiu no meu quarto.
O sofá era verdadeiramente desconfortável e eu dormi muito mal e a minha mãe apercebeu-se disso.
No dia seguinte a Fernanda e a minha mãe passaram o dia no hospital, Eduardo estava muito melhor e no regresso a minha mãe propôs a Fernanda que eu dormisse lá na casa dela, porque no sofá eu dormia muito mal.
Mal chegaram a casa a minha mãe veio-me perguntar se eu não me importava de dormir em casa da Fernanda, assim ela ficava acompanhada e eu podia dormir confortavelmente no quarto de hóspedes.
Não tinha alternativa, elas já tinham decidido, disse-lhes que sim com um sorriso amarelo, com muita vontade de dizer não! Não me apetecia nada sair da minha casa, acho que até preferia dormir mal no sofá! Mas enfim eram só uns dias!
 A Fernanda fez o jantar para nós todos, lá na casa dela. Jantamos cedo mas, ficamos a conversar à mesa até tarde, depois fomos ajeitar o quarto que ia ser para mim. Arrumamos alguma roupa interior e o meu pijama numa gaveta e coloquei a escova dentes e o estojo da barba na casa de banho. Não era preciso muita coisa, contudo, eu já estava a trabalhar e para não adormecer trouxe também o despertador.
 Por volta das onze horas os meus pais foram-se embora e eu ainda fiquei um pouco a conversar e a ver televisão com a Fernanda, depois ela foi para a casa de banho preparar-se para ir para a cama e eu também fui para o meu quarto. Vesti o pijama e meti-me na cama.
Estranhei a cama e não adormecia! Ouvia os barulhos todos: ouvi a Fernanda a tomar duche, ouvia o sussurro dos seus passos de um lado para outro, que me transpareceram alguma inquietação. Depois parou à porta do meu quarto e fez-se silêncio, como se ela estivesse escutando se eu já dormia. Bateu muito suavemente à porta perguntando baixinho – David, já dormes?- eu respondi que não. Ela abriu a porta perguntando se podia entrar, Claro que eu disse que sim. Entrou e pediu desculpa por me incomodar tanto, começando a chorar. Eu levantei-me de imediato e esbocei um abraço, ela abraçou-me e abraçou-me com muita força, tremia um pouco, pedindo-me que a apertasse com força.
Era muito perturbador para mim estar abraçar uma mulher quase nua, vestindo apenas uma finíssima camisa de dormir, sentindo todo o seu corpo! Ela era da idade da minha mãe, toda a minha vida convivi com ela, mas nunca reparei nos seus atributos físicos! Mas, agora reparava como era lindíssima e cheirava maravilhosamente bem!
Todos os pensamentos mórbidos que eu tentasse ter, não foram suficientes para anular a erecção que em mim se instalou.
Ela parecia não se importar muito, porque continuava a puxar-me contra ela.
Enquanto me apertava contra ela, não parava de me pedir desculpa.
Então eu disse-lhe, que se alguém tinha que pedir desculpa, era eu, por estar assim naquele estado. Ela aliviou um pouco a pressão, mas, depois voltou a puxar-me contra ela, olhou-me nos olhos e disse-me:
- Eu estou muito pior que tu, a vontade é tanta que até me dói.
Segurando a minha mão levou-a até tocar na sua vulva. Eu nunca tinha tocado no sexo de uma mulher e ela apercebeu-se devido à minha perturbação e falta de jeito. Perguntou-me se era a primeira vez que eu estava com uma mulher, fui sincero com ela dizendo-lhe que sim.
A partir desse momento tomou o comando das operações dando início ao período mais marcante da minha vida.
Claro que não vou contar pormenores do que se passou, mas posso dizer que a Fernanda ensinou-me a viver! Ensinando-me a lidar e a compreender a sexualidade.
Jamais pensara que Fernanda fosse tão sabedora e tão dada aos prazeres do sexo! Mas, de facto, todos os dias em que estive em casa da Fernanda, eu aprendia e púnhamos em prática novas técnicas da arte de fazer amor.
Fui um aluno aplicado… Fernanda, não tinha tabus e transmitiu-me todo o seu saber.
Ao fim de um mês Eduardo teve alta e voltou para casa.
 - Acabou-se a minha estada no paraíso - pensei. Mas não, Fernanda tinha a casa da sua falecida mãe. Aos sábados ia fazer uma limpeza à casa, eu aparecia lá e não perdíamos mais tempo…
Um dia a minha mãe apareceu lá e apanhou-nos! Ficou furiosa e discutiu muito com a Fernanda, ficaram zangadas. Uma amizade de mais de trinta anos tinha chegado ao fim. Comigo, a minha mãe, nunca mais tocou no assunto! A pobre da Fernanda é que pagou as favas.
Eu tive depois outras namoradas mas continuei a encontrar-me com a Fernanda ainda durante muito tempo. Um dia, ela teve que ir com o marido para Tavira no Algarve, que é a terra natal de ambos e foi o fim.

Há pessoas que são marcos importantes na vida de uma pessoa e a Fernanda foi mais que um marco na minha vida foi um autêntico monumento! Dizem, que todos os homens têm um momento de sorte, pelo menos uma vez na vida,  o meu momento de sorte foi o relacionamento com uma mulher incrível: a minha querida e adorada Fernanda.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Acerca de mim

A minha foto
Seixal, Setúbal, Portugal