Pôr do Sol no Alentejo
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sábado, 28 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Paradigmas
Ramiro olhava-se no espelho e apreciava
detalhadamente o seu rosto!
Achava-se belo e tal como Narciso estava apaixonado
por ele próprio.
Considerava o seu corpo perfeito! Um corpo
masculino…
Não havia ninguém que ele conhecesse que se lhe
igualasse! Não havia mulher, ou homem que o atraísse…Que lhe despertasse uma
paixão, lhe provocasse tesão ou qualquer outra emoção… Só tinha olhos para si
próprio!
Porém, a dúvida persistia!
Sentiria ele paixão pela sua própria imagem,
sentindo-se ele homem que vê na imagem reflectida, o seu ideal feminino?
Ou será que ele se via na imagem reflectida, a
imagem real de um homem, por quem estava apaixonado?
Estava perante um paradigma existencial…
A Dona Helena
Isto até parece mal eu, com 88 anos ainda estar a
comprar candeeiros novos!
- Foi com um grande sorriso e com estas palavras
que a senhora dona Helena me abordou quando entrei em sua casa para lhe
entregar e montar o candeeiro que ela me tinha comprado. - É claro que eu
contestei, mas também não precisava, a dona Helena respira vontade de viver por
todos os poros do corpo e é de uma jovialidade de fazer inveja.
- Começou por me dizer que ninguém lhe dá a idade
que tem. Palpitam-lhe quase sempre, setenta e tal. Mas olhe senhor, se estou
bem conservada não foi por não trabalhar, porque sempre trabalhei muito e desde
criança!
- Dona Helena começou então a narrar-me a sua
história de vida.
O meu pai foi daqueles que emigraram para o Brasil.
Quando partiu, tinha a minha irmã mais velha dois anos e esteve lá dez anos.
Durante esse período, foi mandando dinheiro e a minha mãe com esse dinheiro foi
comprando fazendas. Ela já administrava a parte da propriedade que lhe tinha
calhado da herança dos pais dela.
Possuíam terras e bens suficientes e já não fazia
sentido o meu pai viver longe da família, de modo que ele regressou. Passado um
ano depois do seu regresso, nasci eu.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Contra a Parede
Pôr-me-ás contra a parede
Como quem chega cheio de furor.
Vais-me dizer que tens sede,
Sede de amor.
Eu ficarei calado, ouvindo.
Tu também, não dirás cousa alguma,
Limitar-te-ás a tocar meu corpo quente.
Desejarás saber a sua reacção,
O que é que ele sente...
Contra a parede, na pele experimentarei
O contacto da ponta dos dedos teus.
Hei-de conhecer que és por dentro
Através da relação com o teu exterior;
Então ao final nós faremos amor.
Rematarei o acto com um gesto brusco
De levantar-me a retornar à parede,
Após ter buscado um lápis qualquer
Para ali gravar confusas palavras ternas:
"Eu o quero e ele também me quer".
Poema de: Ricardo Fernandes
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Um dia, entre outros
Cada
dia que passa, é como uma página de um livro que se está lendo e em que os
pormenores muitas vezes nos passam ao lado, porque os consideramos banais ou sem
importância. Porém, cada dia que passa, é um pedaço da nossa vida com momentos
únicos e irrepetíveis.
Contudo,
o meu dia de hoje, sábado 21 de Fevereiro de 2015, não foi lá muito rico em
acontecimentos:- Acordei por volta das 6 horas, mas ainda era muito cedo para me levantar, por isso deixei-me estar e fui dormitando até o rádio despertador tocar às 7 horas. Levantei-me e tal como faço todos os dias, fui ainda em pijama para a cozinha e coloquei água na chaleira. Enquanto a água aquecia, arrumei a loiça lavada que estava dentro da máquina de lavar loiça. De seguida estendi a toalha na mesa e preparei a mesa para dali a uma hora tomarmos o pequeno-almoço, eu e a minha mulher. É quase igual todos os dias, para ambos: começamos com uma fruta, normalmente laranja, depois comemos um ovo cada um e bebemos, eu, uma chávena de chá e ela, uma chávena de café com leite e comemos ambos, torradas com manteiga e às vezes doce.
Porém, antes de tomar o pequeno-almoço, ou o café da manhã como alguns dizem, eu deixei ferver a água e preparei o chá: casca de limão e duas rodelas de gengibre. Deixo ficar o chá na chaleira e coloco um pouco de água quente num copo grande, acabo de encher com água fria, de forma a ficar morna, depois junto meia colher de chá de bicarbonato de sódio e mexo até dissolver bem o bicarbonato, de seguida espremo lá para dentro, meio limão e bebo de seguida.
Vou depois para a casa de banho e enquanto estou sentado na sanita leio um ou dois capítulos de um livro, um velho hábito, penso que dessa forma já li centenas de livros. Aliás, sem ler, o meu organismo não funciona. De seguida tomo banho, faço a barba e visto-me. Tomamos o pequeno-almoço e saímos para o trabalho.
Temos duas lojas, eu estou numa e a minha mulher está noutra. Eu deixo-a na loja dela e depois sigo para a minha. Na minha, eu tenho uma empregada em part-time, só trabalha de manhã. Hoje quando seguia para a minha loja parei numa passadeira para dar passagem a um casal. Reconheci-os, um velho amigo e a mulher: ele vinte anos mais velho que ela e extremamente ciumento. Ela, lindíssima, de fazer parar o trânsito. Quando passaram na passadeira, ele olhou sempre em frente e não me viu, mas ela olhou para mim e eu pisquei-lhe um olho, que lhe originou um sorriso. Um gesto irreflectido que me provocou algum rubor de imediato.
Quando cheguei à loja, preparei um candeeiro para entregar e montar em casa de uma cliente, conforme já tinha sido combinado na sexta-feira.
Em casa da cliente, uma senhora já com bastante idade e de uma meiguice impressionante. Adorava conversar e o trabalho que normalmente demora meia hora, demorou duas horas e meia.
Foram várias histórias, da história fantástica da vida da Dona Helena. Que Deus ajude e guarde. Uma querida senhora.
Quando voltei à loja eram 13 horas, eram horas de fechar para o almoço. A manhã tinha sido razoável em termos de negócios. O mesmo não pude dizer da loja da minha mulher. Que teve uma manhã horrível!
Para ela o trabalho na loja terminou, ela ao sábado só trabalha de manhã, mas eu trabalho o dia todo na minha loja.
Fomos a casa almoçar e de seguida fomos tomar café ao café da nossa rua. Ela ficou em casa e eu segui para a loja. A tarde na loja também não foi má de todo. Tive sempre gente e o tempo passou num ápice.
Cheguei a casa por volta das sete e meia comemos uma frutinha enquanto conversamos sobre as vendas e de seguida fomos às compras ao Pingo Doce como é hábito aos sábados à noite. Além das compras, trouxemos também de lá um frango que foi o nosso jantar. Jantamos e a seguir arrumei a cozinha.
Vi um pouco de televisão, o telejornal e uma cronica política, depois começou a telenovela, para isso, eu não tenho paciência, mas a minha mulher adora! E como habitualmente fui para o escritório e liguei o computador para fazer qualquer coisa, como por exemplo: descrever o meu dia de hoje!
Agora que terminei e descrevi o meu dia de hoje: absolutamente banal! Apenas dois acontecimentos relevantes me ficaram com mais intensidade na memória:
- O primeiro e o mais interessante: o ter conhecido a Dona Helena.
- O segundo: pelo atrevimento da piscadela de olho, à mulher do meu amigo.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Bocage um poeta que o povo ama.
Auto-retrato
Magro,
de olhos azuis, carão moreno,
Bem
servido de pés, meão na altura,
Triste
de facha, o mesmo de figura,
Nariz
alto no meio, e não pequeno;
Incapaz
de assistir num só terreno,
Mais
propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo
em níveas mãos, por taça escura,
De
zelos infernais letal veneno;
Devoto
incensador de mil deidades
(Digo,
de moças mil) num só memento,
E
somente no altar amando os frades,
Eis
Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram
dele mesmo estas verdades,
Num
dia em que se achou cagando ao vento.
Alguns poemas de Bocage:
Porque se cala António Costa?
Porque, acho eu, o seu objectivo é ser 1º
ministro e nada mais importa! Como as sondagens eram propícias ao PS, tratou de
correr com o outro, aproveitando algum descontentamento que havia no PS.
Agora que está instalado no comando do partido, faz o mesmo que costuma fazer na câmara de Lisboa: nada!
Apenas
espera que lhe caia o poder nas mãos, sem se comprometer com nada. Podem
prender o Sócrates, o Mário Soares, o António Guterres o pai e a mãe dele que
ele não se manifestará para não perder votos! Mas, talvez se engane! Há quem o
tope! E ele não se esqueça que existe o PDR de Marinho Pinto!
A
ânsia de poder de António Costa é tanta que se esquece de alguns valores mais
elementares como a amizade e a solidariedade!
Não se quer comprometer com medo de perder
votos! Ele que se cuide, porque o tiro pode-lhe sair pela culatra.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
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