Pôr do Sol no Alentejo

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Bocage um poeta que o povo ama.

Auto-retrato


Magro, de olhos azuis, carão moreno,

Bem servido de pés, meão na altura,

Triste de facha, o mesmo de figura,

Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,

Mais propenso ao furor do que à ternura;

Bebendo em níveas mãos, por taça escura,

De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades

(Digo, de moças mil) num só memento,

E somente no altar amando os frades,

Eis Bocage, em quem luz algum talento;

Saíram dele mesmo estas verdades,


Num dia em que se achou cagando ao vento.

Alguns poemas de Bocage:

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