Pôr do Sol no Alentejo

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Quero deixar um testemunho para que se
saiba que passei por este planeta, que vivi...
Sim vivi, mas, tenho a sensação que foi uma vida
vivida pela metade, reprimida por conceitos, por ideias e palavras que deixaram
profundas marcas, das quais eu nunca me consegui libertar.
Não quero culpar
ninguém! Tive conhecimentos e saberes que me deram uma cultura e tenho uma vida
suficiente longa para colmatar todas e quaisquer feridas que me atormentassem.
Se não tenho tido uma vida o suficientemente preenchida foi porque não quis
arriscar, porque não fui o suficientemente ousado para que isso acontecesse.
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Depois de
dias e dias a chover : um verdadeiro desafio à paciência dos citadinos, Surge-nos agora o reverso: paisagens maravilhosamente
verdejantes! O Ribatejo mostra-se em toda a sua pujança!
sábado, 22 de fevereiro de 2014
O Porto uma cidade
muito antiga e misteriosa! Por vezes acorda envolta entre brumas e nevoeiro que
lhe dá um caracter místico! Outras vezes com o reflexo do sol sobre o granito
dos seus monumentos, resplandece altiva!
É uma cidade para
descobrir, repletas de recantos que nos surpreendem a todo o momento! O seu centro histórico foi classificado como
Património Mundial pela UNESCO. Um
centro histórico cheio de monumentos e com uma vista fabulosa sobre o rio
Douro.
Habitada por um povo acolhedor e fantástico que adora a sua
cidade. A cidade que dá o nome a um dos mais conhecidos vinhos
do mundo.
A ” Antiga, Mui
Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto”, que eu adoro!
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Paixões antigas: o vento as levou. Porém, não ficaram esquecidas…
O tempo roda imparável! Ficando as saudades, das boas
e más memórias!
Tal como as ondas do mar, que levam e trazem o frágil
galho! Assim os meus pensamentos se agitam, povoados de imagens: de encantos e desencantos
das minhas lembranças…
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Tu
Não é senão contigo
Que posso falar
a minha língua
E através dela
ser compreendido.
Não e senão de
ti
Que vem a
inspiração
Dos meus cinco
sentidos.
Não é senão
para ti
Que levanto-me
a cada manhã
Para uma vida
nova.
Não é senão por
tua causa
Que a cada
noite resisto a deitar-me
Como se, por
ser sozinho, fosse numa cova.
Não é senão
junto a ti
Que encontro o
conforto da união,
A mais
completa, a de livre vontade.
Não é senão em
ti
Que encontro o
fogo do desejo
Ainda ardente
quando nada mais arde.
Não é senão a ti
Que aponta a
seta
Da minha meca.
Não é senão tua
face
Que me domina o
pensamento,
O meu pecado
que não peca.
Não é senão
"tu"
O pronome
pessoal mais pessoal,
Pois o menos
pronunciado.
E não é senão
em teu nome
Que rezo minhas
preces (quando rezo),
Pedindo para
aceitar o meu fado.
Ricardo Fernandes
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Anseios
Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha cais!
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!...
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbre o brilho do luar!
Não estendas tuas asas para o longe...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar!...
Florbela Espanca
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Intromissões
Francisco e Daniel eram amigos de infância. Fizeram a
instrução primária e secundária juntos e foram ambos trabalhar para a mesma
empresa. Eram mais que amigos, eram como irmãos.
Casaram ambos bastante novos com vinte e poucos anos, mas tiveram
destinos diferentes.
Francisco não tem filhos e tem uma vida estável. Recebeu uma
indemnização da empresa e montou um café, que era o sonho da sua esposa. Mas,
como andavam sempre a discutir, resolveu abriu outro café para si, noutra
localidade.
Daniel teve uma vida mais atribulada! Do seu casamento
nasceram dois filhos e manteve-se na empresa até ela fechar definitivamente. No
mesmo período em que Daniel estava a ficar desempregado, também o seu casamento
se estava a dissolver, acabando ele e a sua mulher por se divorciarem.
Dividiram os bens ficando ele com a casa e a ex-mulher com outros valores que
tinham.
Daniel era preparador de trabalho e recebeu um convite para
ir trabalhar para Angola e foi-se despedir do seu amigo Francisco. Eles todos
os dias se encontravam lá no café, podia dizer-se que o café do Francisco era a
segunda casa de Daniel.
Três anos depois de ter partido para Angola, no mês de
Junho, Daniel veio passar férias a Portugal e foi de imediato ao café do seu
amigo. Surpresa das surpresas Daniel não vinha só, trazia consigo uma linda
mulata, um assombro de mulher! Francisco ficou boquiaberto, um mulherão!
Chama-se Zuleica e tinha 30 anos, metade da idade dele. Tinham casado há um ano
e agora ela ia cá ficar porque a mãe dela chegaria dentro de 1 mês para ser
submetida a uma intervenção cirúrgica num hospital de Lisboa, depois ficaria
aqui até ficar boa. Daniel voltaria sozinho para Angola assim que a sua sogra
chegasse e regressaria no mês de Dezembro, para as vir buscar.
Mais de um mês esteve Francisco sem ver os seus amigos
Daniel e Zuleica, mas um dia ela aparece-lhe lá sozinha no café. Daniel teve
que partir à pressa: em Angola precisavam dele com urgência. A mãe só viria daí
a uns dias e como não conhecia ninguém foi para o café de Francisco. Era
bastante conversadora e nada tímida. Perguntou logo a Francisco se ele não lhe
pagava o almoço. Francisco disse-lhe que sim, mas isso embaraçou-o um pouco.
Tinha que deixar o café entregue ao empregado e arranjar uma desculpa para se
ausentar.
Foram almoçar ao
Fórum de Almada. O almoço correu lindamente, mas a meio tocou o telemóvel: era
Daniel. Zuleica fez o sinal de silêncio para Francisco e mentiu a Daniel,
dizendo-lhe que tinha almoçado em casa e que agora estava a tomar café no café
que havia em frente da casa deles. Quando terminou, disse que Daniel era muito
ciumento e se soubesse que os dois estavam a almoçar juntos, ficaria doido.
Quando terminaram de almoçar foram dar uma volta pelas lojas
que tanto fascinavam Zuleica. Entraram numa loja muito grande e ela dirigiu-se à
secção de lingerie, disse-lhe que adorava lingerie e só usava cuequinha de fio dental.
Perguntou a Francisco qual era a cor que ele mais gostava, ele atordoado,
respondeu-lhe que era o vermelho, ela também adorava o vermelho e se tivesse
dinheiro comprava aquele conjunto. Ele ofereceu-se logo para lhe pagar o
conjunto de lingerie e ela aceitou de imediato. Era necessário experimentar o
sutiã na cabine de provas. Quando se dirigia para lá, virou-se para traz, para
ele e perguntou-lhe se ele não queria vir.
O coração de Francisco acelerou-se e...
O coração de Francisco acelerou-se e...
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Enviei um
email para a editora “L’Oreille du Loup” a pedir o livro e em menos de uma
semana já o tinha comigo. Não consigo parar de o ler! Já o li várias vezes em
espanhol e em francês, em persa só posso apreciar o formato dos arabescos.
Gosto muito da língua francesa e da sua grande literatura mas adoro a poesia dita em castelhano! Por isso copiei este poema da Forough na língua de Cervantes.
Gosto muito da língua francesa e da sua grande literatura mas adoro a poesia dita em castelhano! Por isso copiei este poema da Forough na língua de Cervantes.
El
pecado
He
pecado, he pecado llena de placer
En
un abrazo cálido
He
pecado entre dos brazos de hierro
Ardientes
y rencorosos
En
ese lugar desierto, negro y silencioso
Vi
sus ojos llenos de misterio
Sus
ojos suplicantes
Y
bajo el pecho se agitaba mi corazón
En
ese lugar desierto, negro y silencioso
Temblando
me he sentado cerca de él
Sus
labios han derramado el deseo en mis labios
Y
he olvidado el delirio de mi corazón
Al
oído, le he contado esta historia:
Te
quiero mi amor
Te
quiero a ti y toda tu vitalidad
Te
quiero amor mío hasta la locura
El
deseo ha iluminado sus miradas
El
vino rojo en el vaso se puso a danzar
Sobre
la suavidad del lecho, mi cuerpo ebrio
Contra
su cuerpo ha temblado
He
pecado, he pecado llena de placer
Cerca
de un cuerpo desvanecido y trémulo
Dios
mío! no sé lo que hice
En
ese lugar desierto, negro y silencioso
Forough
Farrokhzad
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Only you
When I'm
rude
You calm my
anger.
When I say
stupid things.
You have
always forgiven me
When I'm
discouraged
You give me
courage and strength!
When I feel
lonely,
You leave
everything for me
When I'm
sad
Your smile
is contagious to me
When I feel
depressed,
You calm my
nervous
When I get
emotional and cry,
You hug me
and cry with me.
When I am
joyful and happy
You also
share my joy
How can I
complain of luck?
When I have
a lot more than luck!
I have
you...
domingo, 26 de janeiro de 2014
Parfum
exotique
Quand, les
deux yeux fermés, en un soir chaud d'automne,
Je respire
l'odeur de ton sein chaleureux,
Je vois se
dérouler des rivages heureux
Qu'éblouissent
les feux d'un soleil monotone;
Une île
paresseuse où la nature donne
Des arbres
singuliers et des fruits savoureux;
Des hommes
dont le corps est mince et vigoureux,
Et des femmes
dont l'oeil par sa franchise étonne.
Guidé par ton
odeur vers de charmants climats,
Je vois un
port rempli de voiles et de mâts
Encor tout
fatigués par la vague marine,
Pendant que le
parfum des verts tamariniers,
Qui circule
dans l'air et m'enfle la narine,
Se mêle dans
mon âme au chant des mariniers.
Charles Baudelaire
Perfume exótico
Quando eu a dormitar, num íntimo abandono,
Respiro o doce olor do teu colo abrasante,
Vejo desenrolar paisagem deslumbrante
Na auréola de luz d'um triste sol de outono;
Um éden terreal, uma indolente ilha
Com plantas tropicais e frutos saborosos;
Onde há homens gentis, fortes e vigorosos,
E mulher's cujo olhar honesto maravilha.
Conduz-me o teu perfume às paragens mais belas;
Vejo um porto ideal cheio de caravelas
Vindas de percorrer países estrangeiros;
E o perfume subtil do verde tamarindo,
Que circula no ar e que eu vou exaurindo,
Vem juntar-se em minh'alma à voz dos marinheiros.
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
pintura de Malangatana
Valente
Disse adeus ao companheiro de viagem
Tínhamos estado dezoito horas juntos…
A conversa agradável
A fraternidade da viagem.
Tive pena de sair do comboio, de o deixar.
Amigo casual cujo nome nunca soube.
Meus olhos, senti-os, marejaram-se de lágrimas...
Toda despedida é uma morte...
Sim toda despedida é uma morte.
Nós no comboio a que chamamos a vida
Somos todos casuais uns para os outros,
E temos todos pena quando por fim desembarcamos.
Tudo que é humano me comove porque sou homem.
Tudo me comove porque tenho,
Não uma semelhança com ideias ou doutrinas,
Mas a vasta fraternidade com a humanidade verdadeira.
A criada que saiu com pena
A chorar de saudade
Da casa onde a não tratavam muito bem...
Tudo isso é no meu coração a morte e a tristeza do mundo.
Tudo isso vive, porque morre, dentro do meu coração.
E o meu coração é um pouco maior que o universo inteiro.
Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa.
Os poemas de Fernando Pessoa deixam-me sempre a pensar e
este não foge à regra, existiram muito poucos pessoas no mundo como Fernando
Pessoa, que em tão poucas palavras me transmitam tanto! É como se o mundo
inteiro coubesse dentro dos seus poemas.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Se não tiver o teu amor!
Tudo para mim fica sombrio
Quando estás ausente!
Morro de saudade quando te afastas
Se me faltas: falta-me a alegria, a vida, o ar…
Preciso de ti junto a mim.
Iluminas-me como o sol
Minha vida mergulhava num caos:
Se não sentisse o teu amor!
E toda a chama da vida em mim se extinguia!
Sem ti, nada me interessa!
Como eu necessito de ti…
Preciso do teu corpo, que me completa!
Do teu aroma, que me embriaga!
Da doçura dos teus beijos!
Da ternura dos teus abraços!
És a paixão da minha alma!
O amor da minha vida!
Contigo quero viver!
E contigo quero morrer!
domingo, 19 de janeiro de 2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Desesperadamente revolto-me com esta situação, com esta pressão! Porquê tanto pessimismo? Porquê tanta aflição? A vida está a ser
difícil…Perde-se o interesse de viver!
Não! Não vamos desistir! Somos deste país! E isso significa sermos
corajosos. Isso significa nunca desistir, acredito nas nossas capacidades,
acredito no nosso engenho, na nossa ousadia…
No nosso ressurgir!
domingo, 12 de janeiro de 2014
Ela Tinha um feitio levado da breca! Não tinha conversas de
jeito! Era pedinchona até dizer chega! Era tão ignorante que até impressionava!
Mas, tinha a mania que era esperta! Então porque, se inquietava ele, com a sua
demora? Por que razão passava todos os dias à sua porta? Esperançoso de
encontrar as janelas abertas! Ele não a amava! Mas, gostava da sua figura! Do
seu corpo fantástico! Ela é do tipo que enche o olho! E tem uma particularidade
que ele adora: Nos momentos íntimos... Nunca lhe diz que não…
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
https://www.youtube.com/watch?v=ujQoUEdXr_8
Que a força do medo que tenho
Não me
impeça de ver o que anseio
Que a
morte de tudo em que acredito
Não me
tape os ouvidos e a boca
Porque
metade de mim é o que eu grito
A outra
metade é silêncio
Que
a música que ouço ao longe
Seja
linda ainda que tristeza
Que
a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo
que distante
Pois
metade de mim é partida
A
outra metade é saudade
Que
as palavras que falo
Não
sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas
respeitadas como a única coisa
Que
resta a um homem inundado de sentimentos
Pois
metade de mim é o que ouço
A
outra metade é o que calo
Que
a minha vontade de ir embora
Se
transforme na calma e na paz que mereço
Que
a tensão que me corrói por dentro
Seja
um dia recompensada
Porque
metade de mim é o que penso
A
outra metade um vulcão
Que
o medo da solidão se afaste
E
o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que
o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que
me lembro ter dado na infância
Pois
metade de mim é a lembrança do que fui
A
outra metade não sei
Que
não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra
me fazer aquietar o espírito
E
que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois
metade de mim é abrigo
A
outra metade é cansaço
Que
a arte me aponte uma resposta
Mesmo
que ela mesma não saiba
E
que ninguém a tente complicar
Pois
é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois
metade de mim é plateia
A
outra metade é canção
Que
a minha loucura seja perdoada
Pois
metade de mim é amor
E
a outra metade também
Osvaldo Montenegro
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Prenda de Natal
Florbela tinha uns belos e expressivos olhos castanhos, uns
lábios grossos e sensuais e um nariz proporcional a um rosto lindíssimo:
arredondado e gordinho. Seu corpo era gordinho mas, bem feito. Era alegre e
bem-disposta. Conhecera Raul quando foi à sua oficina de reparações de
electrodomésticos, há uns de dez anos atrás, quando veio viver para Portugal. A
partir daí, ela e Raul ficaram amigos.
Florbela tralhou na Alemanha onde amealhou algum dinheiro
que investiu na casa onde mora. Trabalha actualmente em Lisboa, num notário e
no regresso antes de ir para casa, passa na oficina de Raul. Existe uma química
entre ambos, Florbela tem um namorado que vive em Faro, ele de vez em quando,
aparece por aí, mas, a maior parte do tempo, ela vive sozinha e é assim que
gosta de estar.
Com Raul ela fala de tudo, às vezes brincam ou têm conversas
brejeiras. Neste Natal algo mais surgiu entre ambos: ela veio desejar um Feliz Natal
a Raul, antes de ir para a Alemanha, onde quase toda a sua família vive. Quando
estavam para se despedir, abraçaram-se. Um longo abraço, depois beijaram-se,
primeiro no rosto depois na boca, longamente. Grandes manifestações físicas se
deram no corpo de Raul e a temperatura aumentou brutalmente, quando Florbela
vagarosamente desapertou o cinto das calças de Raul e se baixou. A respiração
de Raul alterou-se e tudo parou, no tempo e no espaço…
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
DREAMS with Lisa Gerrard & Rumi (quotes)
.
Poemas de
Rumi
Vem,
Te direi em
segredo
Aonde leva
esta dança.
Vê como as
partículas do ar
E os grãos
de areia do deserto
Giram
desnorteados.
Cada átomo
Feliz ou
miserável,
Gira
apaixonado
Em torno do
sol.
Ninguém fala
para si mesmo em voz alta.
Já que todos
somos um,
falemos
desse outro modo.
Os pés e as
mãos conhecem o desejo da alma
Fechemos
pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma
conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te
interessas, posso mostrar-te.
Desde que
chegaste ao mundo do ser,
uma escada
foi posta diante de ti, para que escapasses.
Primeiro,
foste mineral;
depois, te
tornaste planta,
e mais
tarde, animal.
Como pode
isto ser segredo para ti?
Finalmente,
foste feito homem,
com
conhecimento, razão e fé.
Contempla
teu corpo - um punhado de pó -
vê quão
perfeito se tornou!
Quando
tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás
de regressar como anjo;
depois
disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua
estação há de ser o céu.
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