Pôr do Sol no Alentejo

Pôr do Sol no Alentejo

Seguidores

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Índia terra de contrastes ( 4ª )



4ª Parte (continuação)
As práticas hindus geralmente envolvem a procura da consciência de Deus, e por vezes também a procura de bênçãos dos devas. Assim, o hinduísmo desenvolveu muitas destas práticas como forma de ajudar o indivíduo a pensar na divindade no meio à vida quotidiana. Os hindus podem praticar a pūjā (culto ou veneração) tanto em casa como num templo. Nos seus próprios lares os hindus frequentemente costumam ter um altar, com ícones dedicados às suas formas escolhidas de Deus. Os templos costumam ser dedicados a uma divindade primária e às divindades subordinadas que lhe são associadas, embora alguns templos sejam dedicados a mais de uma divindade. A visita a templos não é obrigatória e muitos visitam-nos apenas durante os festivais religiosos. Os hindus realizam seu culto através dos ícones; o ícone serve como uma ligação tangível entre o fiel e Deus. A imagem costuma ser considerada uma manifestação de Deus, já que Ele é permanente. O hinduísmo possui um sistema desenvolvido de simbolismo e iconografia para representar o sagrado na arte, na arquitectura, na literatura e nas suas liturgias. Estes símbolos estão de acordo com as escrituras, mitologia ou tradições culturais. A sílaba Om que representa o Parabrahman (Brama: o Espírito Universal) e o sinal da suástica (que simboliza auspiciosidade) acabaram passando a representar o próprio hinduísmo, enquanto outros símbolos, como a tilaka, (sinal usado na testa) identificam um seguidor da fé. O hinduísmo ainda apresenta diversos símbolos que são normalmente associados a divindades específicas, como o lótus, chakra e veena.

Os mantras são invocações, louvores e orações que, através de seu significado, som e estilo de canto, ajudam um devoto a focar a sua mente nos pensamentos sagrados ou exprimir devoção a Deus ou às divindades. Muitos devotos realizam abluções matinais às margens de um rio sagrado, enquanto cantam o Gayatri Mantra ou os mantras Mahamrityunjaya. O poema épico Mahabharata exalta o japa (canto ritualístico) como o maior dever durante o Kali Yuga que os hindus acreditam ser a era presente.

A peregrinação não é obrigatória no hinduísmo, embora muitos de seus seguidores as realizem. Os hindus reconhecem diversas cidades sagradas na Índia, incluindo Allahabad, Haridwar, Varanasi e Vrindavan. Entre as cidades que possuem templos famosos está: Puri, que abriga um dos principais templos O hinduísmo apresenta diversos festivais ao longo do ano. O calendário hindu costuma prescrever estas datas.

Estes festivais tipicamente celebram eventos da mitologia hindu, e coincidem muitas vezes com as mudanças de estação. Existem festivais que são celebrados principalmente por seitas específicas ou em certas regiões da Índia.

O hinduísmo baseia-se no tesouro acumulado de leis espirituais descobertas por diferentes pessoas em diferentes tempos. As escrituras foram transmitidas oralmente, na forma de versos para auxiliar na sua memorização, muitos séculos antes de serem escritos. Ao longo dos séculos diversos sábios refinaram estes ensinamentos e expandiram o cânone. Na crença hindu pós-védica e moderna a maior parte das escrituras não costuma ser interpretadas literalmente; dá-se mais importância aos significados éticos e metafóricos derivados deles. A maior parte dos textos sagrados está em sânscrito, e os textos se dividem em duas classes: Shruti e Smriti.

Ao contrário do que se pensa, a crença popular, do Hinduísmo não é politeísta nem estritamente monoteísta. A variedade de deuses e avatares que são adorados pelos hindus são compreendidos como diferentes formas da Realidade Única, mas, algumas vezes são vistos como mais do que um mero Deus.

Acreditando na origem única como sem forma ou como um Deus pessoal, os Hindus compreendem que a verdade única pode ser vista de forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo encoraja os seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal escolhida na forma de Deus ou Deusa.

Uma Oração: "Saudações à Divina Mãe Durga, que existe em todos os seres na forma de inteligência, misericórdia, beatitude, que é a consorte do Senhor Shiva, quem cria, sustenta e destrói todo o universo".

A maioria dos Hindus adora muitos deuses como expressões variadas do mesmo prisma da Verdade. Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna ou Rama), Shiva, Devi (a Mãe de muitas deidades femininas, como Lakshmi, Sarasvati, Kali e Durga), Ganesha, Skanda e Hanuman.

A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do princípio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade. Consequentemente, a maneira hindu de adoração de imagens as toma apenas como símbolos da divindade, opostos à idolatria, geralmente imposta erradamente aos hindus.

Mantra: Recitação de mantras originaram-se no hinduísmo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje. A chamada Mantra Yoga, é realizada através de repetições. Dizem que os mantras, através das suas significados, sons e recitação melódica, auxiliam aqueles que os pratica, na obtenção de concentração durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor á deidade, uma outra faceta da Bhakti Yoga (yoga que conduz à comunhão divina) necessária para a compreensão de murti.( imagem pintura ou escultura) Frequentemente eles oferecem coragem em momentos difíceis e são utilizados para a obtenção de auxílio ou para 'invocar' a força espiritual interior. As ultimas palavras de Mahatma Gandhi enquanto morria foi uma mantra ao Senhor Rama: "Hey Ram!"

O mantra Gayatri é considerado o mais universal de todos os mantras hindus, e invoca o Brama Universal como um princípio de conhecimento e iluminação do sol primordial.

- Aum bhūrbhuvasvah
tat savitūrvareṇyam
bhargo devasya dhīmahi
dhiyo yo naha pracodayāt

"Ó Deus, Tu és o doador da vida, o removedor da dor e da tristeza, que garante a felicidade; Ó Criador do Universo, possamos nós receber a Tua suprema luz, destruidora dos pecados; possas Tu guiar o nosso intelecto no caminho certo.

5 comentários:

  1. Para já gosto do Seixal. Obrigada pela sua visita e comentário no meu intemporal.Convido-o
    a visitar o mais recente:
    http://sinfoniaesol.wordpress.com
    Depois obrigada por esta vasta informação
    que deixa no seu blogue.
    Voltarei
    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Já tive o prazer de visitar o seu novo blogue, que achei muito interessante, infelizmente, teve que ser uma visita rápida, mas muito em breve farei uma outra visita,com mais tempo.
    Muito obrigado.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  3. Oi amigo! Vim visitar você... ler sobre a Índia é muito bom, quero muito um dia poder conhecer esse país.
    Acho que na Índia, tenho muito o que aprender.
    Enigmática e misteriosa...uma cultura linda... acho que ai, encontra-se a paz interior.
    Uma noite linda para você.
    Abraços.

    ResponderEliminar
  4. Olá Dayse, muito obrigado pelas suas palavras simpáticas. Tenho pesquisado muito sobre a Índia e estou verdadeiramente apaixonado por essa cultura maravilhosa.Espero também muito em breve poder visitar esse grande país.
    Estou encantado com o seu lindo blog e com os seus poemas. Às vezes sem eu esperar, coisas boas, se cruzam na minha vida: a sua poesia, a sua visão da vida, você!
    Bem-haja.

    ResponderEliminar
  5. Amigo Fernando, mais uma visita ao teu blog e, como sempre fico extasiado com os teus textos.
    Continua assim.
    Um abç
    Manuel Aldeias

    ResponderEliminar

Acerca de mim

A minha foto
Seixal, Setúbal, Portugal