Tanta pressão meu Deus! Primeiro foi a morte de meu pai, quatro
dias depois: a morte da minha mãe. Depois foi-me detectado a mim, um cancro no
pulmão!
Está encostado à pleura, mesmo junto à coluna, que originou uma ramificação
na coluna, com a destruição parcial de uma parte da vértebra.
Foram as dores horríveis
que eu sentia nas costas que me levou a ir ao médico e que me mandou fazer uma TAC
em toda a extensão da coluna. Graças ao TAC descobriu-se o cancro.
Foi um choque horrível e tantas conjecturas me passaram
pela cabeça, só pensava na morte e dos imensos sofrimentos que por aí viriam!
Sempre gostei muito de viver e sempre pensei que iria ter uma vida longa… Mais
de metade dos meus projectos ficariam por fazer e na outra metade, ficaram
muito aquém do desejado. Do que me ficaria por fazer e o que mais lamentava,
foi não ter viajado pelo mundo com a minha mulher, ela adora viajar. Claro que
acredito que tudo não acabe com a morte e seria fantástico poder ajudar e
acompanhar de longe aqueles que nós tanto amamos. São esses, que mais nos
prendem à vida e mais nos fazem sofrer quando pensamos que poderemos partir em
breve.
Porém, depois das primeiras consultas e das conversas que
tive com os médicos a minha atitude em relação ao cancro mudou!
A maior parte dos cancros são curáveis e o meu, com 37 mm
de diâmetro, apesar da ramificação, está numa fase inicial e isso dá-me muita
esperança. Estou a ser tratado no IPO de Lisboa: um hospital fantástico! Os meus
médicos inspiram-me muita confiança!
Já fiz os tratamentos de radioterapia em toda a estrutura óssea
da coluna e já iniciei os tratamentos de quimioterapia que tantos danos me
estão a provocar! Mas jamais desistirei de lutar! Como se diz num famoso slogan
politico: a luta continua…